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sábado, 8 de junho de 2013

O JOGO COMO DESENCADEADOR DA APRENDIZAGEM MATEMÁTICA

O JOGO COMO DESENCADEADOR DA
APRENDIZAGEM MATEMÁTICA



Paula: Um, dois, três, quatro, cinco. Cinco... Seis, sete, oito, nove. Deu nove.
Vitor: Me dá os dados.
Paula: Perai. Sou eu. Me dá nove ai, tia.
Vitor: (joga os dados e conta rapidamente com os olhos) Dez. Me dá dez.
Paula: Perai tia. Eu tenho dez já.
Professora: Então deixa eu trocar as da Paula, depois te dou as suas fichas.
Paula: Toma aqui tia, dez. Me dá uma vermelha.
Professora: Toma. Quanto deu o seu Vitor?
Vitor: Dez.
Professora: Como você quer?
Vitor: Me dá dez, ué. Dez dessa ai, amarelinha.
[...]
Paula: Deu dez. Me dá logo uma vermelha, tia.
Vitor: Ah! Pode não! Ela pegou a vermelha, tia.
Paula: Solta! Claro que pode.
Vitor: Mas tem que pegar a amarela primeiro.
Paula: Tem nada. Vai trocar mesmo, né tia. Pode, né tia?
Professora: Quanto vale a ficha vermelha?
Paula: É dez.
Professora: E vocês podem ficar com mais de dez fichas amarelas na mão?
Paula: Não
Professora: Então eu acho que a Paula tem razão. Ela vai ter que trocar as
fichas mesmo, então pode pegar a vermelha de uma vez, já que a vermelha vale dez.
Paula: Viu?
Vitor: Então eu também vou querer a vermelha.
Professora: (risos) Então jogue os dados. Vamos ver quanto vai dar.
[...]
Os meninos brincavam 11 de Dez não pode, um jogo que trabalha com a noção de Sistema de Numeração Decimal , em que a cada dez fichas de uma mesma cor troca-se por uma de valor dez vezes maior. Paula, após realizar algumas.  trocas, percebeu que poderia ganhar a ficha de valor maior sempre que tirasse nos dados um número superior a dez. Dessa forma, passa a compreender as fichas em seus valores, não como unidades de um conjunto, e vai construindo mentalmente as suas ideias de agrupamento, base numérica, valor posicional,  Sistema de Numeração Decimal, ainda que desconheça essa nomenclatura  específica – o que, a meu ver, é mesmo desnecessário no início.
Vitor não conseguiu, de imediato, compreender a questão do valor de cada
ficha na realização das trocas. No entanto, com o exemplo da colega, começou  a fazê-lo. Primeiramente de forma mecânica e por imitação, depois fazendo deduções e, assim, elaborando também os seus conceitos.
A ilustração serve para fazer-nos refletir sobre essa capacidade que tem o jogo de possibilitar, nas interações, a construção do conhecimento. Também para  nos dar um exemplo de como o aluno pode, de formas diferentes, resolver os
problemas que o jogo propõe e, dessa forma, alcançar os objetivos propostos.

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barrinha